A depressão é uma condição médica comum, crônica e recorrente que está freqüentemente associada a incapacitação funcional e comprometimento da saúde física (Lepine, 1997; Wells, 1989; Pennix, 1999). Os pacientes deprimidos apresentam limitação da sua atividade e bem-estar além de uma maior utilização de serviços de saúde (Johnson, 1992). No entanto, a depressão é sub-diagnosticada e sub-tratada. Em torno de 50% a 60% dos casos de depressão não são detectados pelo médico clínico e muitas vezes, os pacientes deprimidos também não recebem tratamentos suficientemente adequados e específicos (McQuaid, 1999). Apesar de ser classificada como doença, o termo “depressão” tem sido empregado pela população tanto para designar um estado afetivo normal (a tristeza), quanto um sintoma ou uma síndrome (Porto, 1999). A principal diferença da tristeza em relação a depressão é o tempo de duração: a tristeza costuma ter períodos curtos, enquanto a depressão, por se tratar de uma doença, é uma condição mais demorada que reflete durante um longo tempo na qualidade de vida do indíviduo.
A depressão não é resultado de uma só causa, mas sim de várias associadas umas as outras, sendo que estudos apontam para causas genéticas, ambientais e biológicas - segundo Pereira (2006), a depressão está envolvida com a neurotransmissão, cascatas de reações intracelulares, atuação dos gênes e, especialmente, o fenômeno da neurogênese. Veja no esquema ao lado os neurotransmissores envolvidos na depressão.
O diagnóstico da depressão é feito através da análise dos sintomas do paciente, sendo o humor deprimido, a perda de interesse e a fagatibilidade os principais (Fleck, 2003). Modernos sistemas classificatórios em psiquiatria o operacionalizaram o diagnóstico facilitando seu reconhecimento e a comunicação científica entre profissionais (Tabela 1). Na Tabela 2, são apresentadas algumas perguntas que podem melhorar a detecção dos casos de depressão pelo médico não-psiquiatra (Fleck, 2003).
O diagnóstico da depressão é feito através da análise dos sintomas do paciente, sendo o humor deprimido, a perda de interesse e a fagatibilidade os principais (Fleck, 2003). Modernos sistemas classificatórios em psiquiatria o operacionalizaram o diagnóstico facilitando seu reconhecimento e a comunicação científica entre profissionais (Tabela 1). Na Tabela 2, são apresentadas algumas perguntas que podem melhorar a detecção dos casos de depressão pelo médico não-psiquiatra (Fleck, 2003).
O tratamento antidepressivo deve abranger toda biopsicoesfera do paciente, envolvendo: a) intervenções psicoterapicas: podem ser de diferentes formatos, como psicoterapia de apoio, psicodinâmica breve, terapia interpessoal, comportamental, cognitiva comportamental de grupo, de casais e de família (Souza, 1999); b) mudanças no estilo de vida: deverão ser debatidas com cada paciente, objetivando uma melhor qualidade de vida; c) terapia farmacológica: tem-se, em média, uma melhora dos sintomas depressivos de 60% a 70%, no prazo de um mês, enquanto a taxa de placebo é em torno de 30% (Fleck, 2003). Não há antidepressivo ideal (Souza, 1999), entretanto, atualmente existe uma disponibilidade grande de drogas atuando através de diferentes mecanismos de ação o que permite que, mesmo em depressões consideradas resistentes, o tratamento possa obter êxito - os mais utilizados no Brasil são os tricíclicos (amitriptilina, clomipramina, imipramina, maprofilina, nortriptilina) e os Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (citalopram, fluoexetina, fluxovamina, paraxotina, sertralina). A prescrição profilática de antidepressivos irá depender da intensidade e freqüência dos episódios depressivos e o risco de suicídio dever ser sempre avaliado e se necessário a ECT (eletroconvulsoterapia) deverá ser indicada.
O psicológo e o psiquiatra são os profissionais envolvidos no tratamento da depressão e devem atuar em conjunto para a melhora efetiva do quadro clínico da depressão. A depressão é uma doença séria e não deve ser minimizada. A compreensão dos familiares é essencial para o tratamento do indivíduo e a não evolução da doença.
Como referenciar esse artigo:
Rodrigues RMC. Vocação Médica (blog): Depressão: conceito, causas, diagnóstico e tipos de tratamento. Available from: URL: http:www.vocacaomedica.blogspot.com. Acessed mês em inglês dia que visualizou a página, 2011.
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* Fleck MPA, Lafer B, Sougey EB, Porto JAD, Brasil MA, Juruena MF. Diretrizes da Associação Médica Brasileira para o tratamento da depressão (versão ingetral). Rev Bras Psiquiatr 2003; 25:114-22.
* Lepine JP, Mendlewichz J, Tylee A. Depression in the community: the first pan-European study DEPRES (Depression Research in European Society). Int Clin Psychopharmacology 1997;12:19-29
* McQuaid J, Murray BS, Laffaye C, McCahill ME. Depression in a primary care clinic: the prevalence and impact of an unrecognized disorder. J Affect Disord 1999;55:1-10.
* Penninx BWJH, Geerlings SW, Deeg DJH et al. Minor and major depression and the risk of death in older persons. Arch Gen Psychiatry 1999;56:889-95.
* Pereira JL, Maria CH. Depressão: o mesmo acometimento para homens e mulheres?. Rev psiquiatr Clín 2006; 33: 74-9.
* Porto JAD. Depressão: Conceito e Diagnóstico. Rev Bras Psiquiatr 1999; 21: 6-11.
* Wells KB, Stewart A, Hays RD, Burman MA, Rogers W, Daniels M et al. The functioning and well-being of depressed patients: results from the medical outcomes study. JAMA 1989;262:916-9.
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nossa muito bom!
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